terça-feira, 14 de outubro de 2008

TRILHA ECOLÓGICA INTERDISCIPLINAR




No sábado dia 27 de setembro de 2008 o Coletivo Práxis de Educação Popular resolveu sair a campo com alguns educandos, realizando uma trilha ecológica pela estrada do Perau, acompanhados pelos educadores Israel Pereira Marques Neto e Joana D'Arc Portella Rocha Quevedo da equipe da Geografia, Letícia Brasil, da equipe da Biologia e Thiago Costa da Silva, representando a equipe da História. A trilha de 6.7 Km pela estrada do Perau teve um caráter exploratório e sistêmico, que buscou desenvolver a interdisciplinaridade entre Geografia, História e Biologia, pondo em prática, os conteúdos do vestibular estudados em aula, e que venham a contribuir com a construção do conhecimento “in locco” para a análise dos elementos que compõem a paisagem

A caminhada teve seu início as 11 da manhã em frente a escola Manoel Ribas no bairro itararé na cidade de Santa Maria e se estendeu até as 15 horas quando alcançamos a BR 158 em Itaára, o caminho oferece inúmeros mirantes, que possibilita a visualização dos morros testemunhos, a perfeita transição entre o planalto que forma a Serra Geral e a depressão central, além da fauna, flora, economia, condição ambiental da área, do clima e da expansão urbana. Pela estrada do Perau também é possível fazer a localização das cidades próximas como Silveira Martins, que se localiza a leste e pertenceu a 4º Colônia de Imigração Italiana; ao Norte, há a cidade de Itaára, local que recebeu a primeira leva de Judeus do Brasil e ao Oeste a serra de São Martinho, onde tem uma cidade de mesmo nome, povoação mais antiga da região central e que foi já foi um forte militar da coroa espanhola. A estrada fazia a ligação entre a cidade de Santa Maria e Júlio de Castilho no séc. XIX e era muito percorrida pelos tropeiros, este trecho faz a ligação entre dois domínios do RS (Pradarias e Mata das Araucárias). Ao sul, na cidade de Santa Maria, há a ocorrência das pradarias, que apresenta o bioma Pampa, com vegetação rasteira, relevo suave e ondulado, com formação de coxilhas, com fauna e flora típica, e onde viviam antes da colonização os índios charruas e os minuanos; Na porção norte da cidade, encontramos a serra do pinhal, o nome é devido ter existido neste local uma grande ocorrência do pinheiro do Paraná, local do domínio das araucárias, que ocorre no planalto, e se estende até o estado do Paraná, com um clima, relevo, solo e economia diferenciada da região das pradarias, onde viviam os índios da etnia Jê e tapes.

Utilizamos um aparelho GPS (para demarcarmos o caminho percorrido e as coordenadas geográficas) uma carta topográfica na escala de 1:25000, onde aprendemos na prática a interpretar as curvas de níveis, visto que a estrada possui um desnível de 400m de altitude a rede hidrográfica e a calcular as distâncias real, gráfica e a escala. Já na saída foram trabalhadas as questões de ocupação do bairro, da ferrovia que ali se localiza, utilizamos os conhecimentos da Geografia Urbana, da Biogeografia, noções cartográficas, geomorfológicas, climatologia e o contexto histórico da região, refletimos sobre a questão da urbanização, ao passarmos pela ocupação das margens da barragem do DNOS, a transição do perímetro urbano e o rural, as formas do uso do solo, a alteração da paisagem, desde a colonização e as características da fauna e da flora dessa região. Esta atividade permitiu ao grupo compreender melhor a dinâmica desses dois domínios, Se Paulo Freire frisa que “É preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache repousado no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano” (pedagogia da autonomia) é justamente querendo explorar a curiosidade dos nossos educandos que iremos tentar levantar questões referentes à dinâmica física, social e natural da paisagem em que ele esta vivenciando, e por isso acaba por internalizar conceitos de Geomorfologia, Hidrografia, meio ambiente, fauna, questões históricas, que talvez em uma aula tradicional entre quatro paredes não seria possível. Acreditamos que esta caminhada pode ser um recurso didático pedagógico capaz de tornar a relação ensino/aprendizado muito mais eficaz e produtiva ao aproximar teoria da realidade.


Israel Pereira Marques Neto

Educador de Geografia desde 2006 no Práxis

2 comentários:

Lelo disse...

contato lelinhosm@hotmail.com
orkut:Sir. Lelo Jamba Sara Bamba

Unknown disse...

parabéns pela atividade!!!